Entrevista com João Eddie - Mangaká brasileiro

Olá! Nesse post você verá uma entrevista que fizemos com um mangaká brasileiro chamado João Eddie, criador de Ta No Sekai, uma obra muito conhecida entre os admiradores de obras nacionais e possivelmente o melhor do site UPmangá.


Ta No Sekai é uma obra independente, atualmente publicada no site UPmangá, já foi publicada na revista digital Conexão Nanquim, porém a revista fechou. Ta No Sekai atualmente se encontra com 03 Volumes e com 24 capítulos.


 Entrevista 

1 – O que te influenciou a fazer mangás? 
Sempre fiz quadrinhos, fazia historinhas dos cavaleiros do zodíaco quando criança e gostava de fazer uns mangás com minhas próprias histórias durante a adolescência. Mas comecei a sério mesmo com TaNoSekai entre 2010 e 2011. Diria que sou mais uma cria da rede manchete então já vem de tempos isso. 

2- De onde você tira ideias para fazer suas história? 
Eu gosto de escrever aquilo que eu gostaria de ler, com um pouco de cada coisa que gosto eu vou moldando meus roteiros. É parecido com quem escreve músicas, você coloca muito do que você quer dizer ali, acho que mesmo que uma obra tenha um fim super comercial, ela 
deve passar alguma mensagem, precisa dizer alguma coisa, baseio meu pensamento nisso.

 3- Na sua opinião, qual o principal motivo pelo qual os mangakás brasileiros não crescem no nosso mercado de mangás? 
Vejo um crescimento muito grande no cenário de quadrinhos em estilo mangá por aqui. 
Quando comecei a publicar em 2011 não havia tantos meios para publicação e não havia 
tantas obras com o nível profissional que temos hoje. A editora Jbc com o BMA percebeu isso e hoje temos esse concurso nacional de mangás publicando e dando visibilidade para os autores e suas obras,sendo algumas delas hoje publicadas pela grande editora Draco que tem um grande acervo de quadrinhos nacionais de qualidade, além de portais importantes de mangás que dão grande visibilidade para os autores. É o que sempre digo, se sua obra for realmente boa, não tem porque não uma editora não querer publicar seu trabalho, mas entenda que tudo é dinheiro, se você quer estar no mercado terá que disputar com um One Piece da vida nas bancas, ninguém vai publicar seu trabalho para “apoiar o mercado nacional” isso não existe, todos tem contas a pagar. Então é preciso ter uma visão profissional mesmo, e tentar ser o melhor possível. 

4- Em quais mangás/mangakás você se inspira? 
São muitos, tenho como maior admiração Takehiko Inoue, além de muitos como Nobuhiro 
Watsuki, Hiromu Arakawa, Kentaro Miura, Yoshihiro Togashi, Naoki Urasawa enfim. O que 
posso dizer é que minhas maiores influencias tanto em traço como em narrativa, são de 
autores da década de 80/90 

5- Até onde você pretende levar a história de Ta No Sekai? Tem previsão para o fim? 
Tenho sim, ela já parou alguma vezes, não pretendo fazer isso a não ser que seja muito 
necessário, mas calculo que terá aproximadamente mais uns 3 volumes de 210 páginas 
aproximadamente, então diria que já está na metade da história. Já podei coisas do roteiro 
muitas vezes, não quero prolongar mais do que o necessário. TaNoSekai fechará com uns 6 ou 7 volumes. E tenho sim, planos para lançar impresso.

6- Quando foi que você se deu conta do sucesso que Ta No Sekai tem?? 

Eu escrevi esta história para sites japoneses, por isso que ele é tão oriental assim, com 
onomatopéias em japonês e tudo mais. No entanto acabei publicando ele em portais nacionais mesmo, pra ver o que o pessoal achava, queria ouvir a opinião do outros sobre o meu trabalho. Acabou que TaNoSekai foi ganhando alguns leitores fieis e hoje tem um pessoal que realmente espera pelos capítulos todo mês, sou muito grato a todos que acompanham durante estes quase cinco anos de publicação. 

7- Em relação a suas outras obras, Dex The Gamer e Clube da Sala 327, você pretende dar continuação a elas? Por quê? 
Não porque estas foram one-shots para concursos, Dex eu fiz para o concurso global da 
Shonen Jump em 2013 (se não me engano, ou 2012) e Clube da Sala 327 foi para o Bma de 
2014, nenhuma delas saiu vitoriosa, então fechei elas por aí mesmo. Na verdade o foco do 
meu trabalho é mais em one-shots, mas não me apego a eles, faço com o fim de participar de concursos e pronto, mas sim gosto muito delas, sempre que tem um concurso assim eu evoluo muito artisticamente, e posso dizer que tenho mais desses one-shots prontos, que, porém ainda não posso divulgar. 
8- Você encara sua vida de mangaká como um hobby ou pretende ir mas a fundo nessa carreira? 

Não me vejo fazendo outra coisa se não trabalhando com mangá, por enquanto não posso 
viver disso, mas pretendo sim fazer disso minha profissão. Estou vendo um grande 
crescimento e grandes oportunidades surgindo para quem realmente busca encarar essa vida, não muito fácil, por aqui. Mas ou você se sacrifica e encara seriamente como um trabalho e com uma visão profissional, ou passa a vida se lamentando. Temos excelentes autores hoje no Brasil vivendo da nona arte, pretendo sem sombras de duvidas estar entre eles. 


Obrigado João Eddie por nos conceder essa entrevista!

Leia Ta No Sekai: Clique Aqui
Leia Clube da Sala 327: Clique Aqui
Leia Dex - The Gamer: Clique Aqui


Por: Emanuel Junior
Revisão: Rodrigo-Kun
               Daniran Santos (estágiario